domingo, 6 de junho de 2010

Alemanha, Itália e França investigam Google por invasão de privacidade


Por Bruno Macedo

Promotores alemães começam um investigação sobre a Google por conta da acusação de violação de privacidade que envolve a gravação de atividades de pessoas conectadas em redes wi-fi abertas.
O procurador de Hamburgo, Wilhelm Moellers, disse à agência de notícias DAPD que seu departamento iniciou uma investigação após receber uma queixa contra os funcionários da Google.
A empresa de Internet reconheceu a violação de privacidade e divulgou um pedido de desculpas na sexta-feira passada.
A Google já está na mira das autoridades alemães. O Ministro da Defesa do Consumidor, Ilse Aigner, declarou que o incidente mostrou que a companhia não compreende as necessidade da privacidade.
Depois da Alemanha ser investigada por invasão de privacidade, Itália e França também sofreram as mesmas acusações. Na Itália, as autoridades afirmaram que iniciaram uma investigação de dados coletados pelo Google para o serviço "street view", que fornece imagens panorâmicas das ruas da cidade para o site Google Maps.
Com o serviço, as atividades de dispositivos conectados a redes sem fio podem ser gravadas. Na França, onde as companhias devem preencher uma declaração com a Comissão Nacional de Computação e Liberdade (CNIL), descrevendo o tipo de dado que elas querem armazenar nos sistemas de computadores, o conteúdo coletado pelo Google será analisado, pois não foram mencionados na declaração à autoridades. Após as acusações Eric Schmidt presidente da Google saiu em defesa de empresa. Ele afirmou que o Google tem a política de privacidade mais centrada no consumidor do que qualquer outro serviço online.
Além de negar que a empresa esteja passando por uma crise de confiança, o presidente das empresas Google que o que realmente importa é o dano real, repetindo que o problema envolve uma pequena quantidade de dados fragmentados, não utilizados de forma não utilizados de forma alguma pela empresa. Schmidt evitou comentar se membros Google teriam sidos demitidos após a descoberta da falha na coleta de dados do Street View.

Silicon Alley Insider faz acusações contra fundador do Facebook


Entre as denúncias estão invasões em sites de usuários e firmas concorrentes para obter informações.

Mais uma polêmica vem à tona contra o site de relacionamentos Facebook. Dessa vez, as denúncias partem do site de tecnologia Silicon Alley Insider, de acordo com o jornal Folha de São Paulo. E não são as primeiras acusações. O fundador do Facebook, Mark Zuckerber, teria invadido contas de usuários para ler o conteúdo privado. Ele também é acusado de invadir sites de empresas concorrentes para roubar informações. Zuckerberg ainda responde por um processo de plágio aberto pelos donos da HarvardConnection, que fizeram a acusação apenas seis dias após o lançamento daquela que vem a ser a maior rede social do mundo. A reportagem do Silicon Alley Insider afirma que Mark teria invadido contas de e-mail de editores do jornal universitário Crimson. A invasão ocorreu porque o jornal teria decidido publicar a história do HarvardConnection.

Google admite que colheu informações privadas por engano


A empresa afirmou que seus veículos usados para criar mapas on-line e localizar redes sem fio, captaram por engano dados de usuários. O Google disse que irá parar de colher informações que trafegam nas redes sem fio (Wi-Fi). Alan Eustace, vice-presidente sênior de engenharia e pesquisa da empresa, escreveu em seu blog que o erro foi descoberto após a empresa responder a um questionário de um organismo alemão de proteção de dados.

Criador do Facebook teria ironizado usuários


Segundo o site de tecnologia Silicon Alley Insider, vazou uma suposta conversa entre Mark Zuckerberg e um amigo, revelando displicência do criador e executivo-chefe do Facebook em relação à privacidade. Ele teria chamado de "dumb fucks" (algo como "babacas burros") os alunos da Universidade Harvard que confiaram nele ao colocar informações pessoais no Facebook.

O individualismo nas redes sociais


O social está assumindo um papel cada vez mais importante no mundo da Internet. Os chamados "softwares sociais" estão cada vez mais sendo usados e têm contribuido para a aproximação das pessoas e a criação de comunidades virtuais.

Por Pedro Araújo

Uma comunidade pode agregar pessoas ou valores na medida que desenvolve o capital social envolvido no seu ambiente. Uma comunidade com um maior capital social tem um maior compartilhamento de conhecimento, o que faz com que as chances de mudanças comportamentais significativas sejam maiores do que em comunidades com menor capital social. As comunidades com maior capital social certamente dispõem de muitos participantes com elevado capital social individual. Mas, afinal, o que é capital social? Podemos definir capital social como sendo a soma dos potenciais disponíveis em uma rede de relacionamentos.

O capital social pode ser caracterizado através de três dimensões básicas:

Estrutural (em rede): habilidade que as pessoas têm para fazer contato com outras pessoas. Reduz a quantidade de tempo e o investimento necessário para se obter informações, localizar especialistas, resolver problemas.

Relacional (compromissos): o senso de comprometimento desenvolvido ou que se desenvolve através de obrigações, normas, confiança e identificação.

Cognitivo (aprendizado): o interesse ou o entendimento comum; o desenvolvimento de um contexto compartilhado entre ambas as partes.

Assim, as comunidades virtuais podem ser um elemento significativo para a ampliação do capital social de pessoas ou organizações. Esses ambientes dão oportunidades para que os indivíduos façam novos contatos, abrindo espaço e tempo para seus relacionamentos, achando meios para o compartilhamento de culturas e experiências e, com isso, aprimorando de forma consciente, ou não, as suas vidas.
Nas comunidades virtuais, vemos pessoas colocando suas postagens em resposta às colocações já realizadas, estabelecendo vínculos diretos: as chamadas “ligações fortes”.
Por outro lado, a maioria dos participantes somente olha – e rapidamente – as colocações feitas, estabelecendo, assim, vínculos distantes: as “ligações fracas”. Nessa área, se explora o conceito de “individualismo em rede”, como uma extensão da tendência ao individualismo já existente na nossa sociedade atual.
Vivemos uma grande contradição. Estamos presenciando na nossa sociedade uma individualização intensa, enquanto que, simultaneamente, estamos dependentes do relacionamento com os outros. O sociólogo Manuel Castells diz que o grande papel da Internet na estruturação das relações sociais é a sua contribuição para esse novo tipo de sociabilização, baseada no individualismo. Para ele, a web é o suporte apropriado para a difusão do individualismo, onde as pessoas habitam as comunidades virtuais com ligações fracas.
Embora o surgimento das redes de relacionamento tenha provocado em algumas pessoas o efeito contrário do que o esperado, a psicanalista Anna Verônica Mautner acredita que esse individualismo está aos poucos se rompendo, mas, ao mesmo tempo, estamos fazendo uma comunicação surda. “Facebook, orkut são exemplos de comunicação surda. As pessoas escrevem coisas como ‘Agora eu vou tomar banho’”. Para Anna Verônica, as pessoas se abrem, desabafam, mas não interagem; por isso, a psicanalista chama de “surda” essa forma de comunicação.
Há a visão de que o real e o virtual são dois mundos distintos. Algumas pessoas veem as comunidades virtuais como ilhas exóticas, com espaços sociais delimitados, independentes do tempo, do espaço e do local. O fotógrafo Lucas Martins defende a mudança do conceito da Internet para “artefato cultural”. O que ele chama de “mudança de foco” é as pessoas deixarem de “ver a atividade online como um desligamento das atividades da vida real”.
As facilidades do mundo virtual são muito bem-vindas ao nosso dia-a-dia. Para Lucas, “se podemos evitar as enormes filas dos bancos pagando nossas contas em casa, pela Internet, por que não usarmos a tecnologia a nosso favor, economizando tempo e estando livre de assaltos?”. Já para Anna Verônica, o problema surge quando tudo parece poder ser resolvido com o simples apertar de um botão. Durante a entrevista, a psicanalista pega um pedaço de papel e faz um barquinho. “Eu fiz uma coisa. Quando eu escrevo ‘barquinho’ no computador, eu não fiz nada. Temos que ensinar o homem a voltar a fazer”, conclui Anna Verônica.

Aproveite e assista a entrevista exclusiva que a psicanalista Anna Verônica Mautner concedeu ao reporter Leandro Carvalho. Clique no link abaixo:

Câmeras de segurança tapam o rosto das pessoas


Por Pedro Araújo

Pesquisadores americanos desenvolveram uma câmera que cobre o rosto das pessoas que aparecem nos vídeos de segurança com um círculo. O equipamento ainda está em fase de pesquisas, mas poderá ser utilizado como um mecanismo de segurança, já que o círculo pode ser retirado sempre que necessário. Enquanto isso, a câmera só tapa os rostos de cidadãos que estiverem vestindo um marcador na forma de um chapéu amarelo ou uma roupa verde. Em testes, a câmera identificou corretamente 93% das pessoas que estavam usando os marcadores.

Câmeras de segurança: problema ou solução?


O debate sobre a instalação de câmeras em lugares públicos e privados com o objetivo de aumentar a segurança das pessoas é polêmico e ainda não resultou em uma resposta definitiva.

Por Pedro Araújo

Sempre que o tema surge, duas questões importantes são levantadas: a invasão de privacidade e a segurança. O direito à privacidade e o direito à segurança são igualmente fundamentais para qualquer ser humano.
Uma pesquisa feita no Reino Unido, país que concentra o maior número de câmeras por habitante - uma para cada 14 pessoas - mostra que a maioria dos cidadãos não se incomoda em ser monitorada e, ainda, é favorável à instalação de mais câmeras, pois se sentem mais seguras. Por outro lado, há pessoas que se sentem profundamente incomodadas e invadidas e com seu direito à privacidade violado pelos equipamentos. Posições opostas que tornam a criação de um acordo sobre o assunto um sonho cada vez mais distante.
Para a psicóloga Lucimara Lundin, o ser humano se sente seguro sabendo que está sendo vigiado. E como a violência é crescente, ele abre mão da própria privacidade porque a necessidade da sensação de segurança é maior. "Mas, essa sensação é falsa; é só uma impressão", diz a psicóloga. "A segurança pública está ligada a problemas sociais. As câmeras, por si só, não podem nos salvar de uma situação de risco."
Mas, quem está de olho nelas pode. O porteiro Mário da Silva já impediu que uma jovem fosse agredida pelo namorado na garagem. "Eu vi que ele iria bater nela e corri para ajudá-la." Segundo Mário, alguns porteiros costumam contar uns aos outros o que veem no interior do prédio. "É quase impossível não fazer um comentário quando vemos um fato curioso ou um namoro que passa dos limites", afirma o porteiro.
O juiz Fernando Carlos Diniz, ao julgar uma ação movida contra o município de Porto Alegre por uma ONG que reclamou da instalação de câmeras de vídeo em espaços públicos da capital, disse que "a captação por uma filmadora da imagem de uma pessoa em local público não fere sua dignidade. O que é indigno é ser agredido gratuitamente na rua". Diniz ressaltou, ainda, que quem está em um ambiente público deve ter um comportamento compatível com a vida em grupo. O juiz acredita que as câmeras de vídeo evitam que pessoas sejam molestadas, assaltadas, pois, "isso, sim, afronta a dignidade da pessoa humana", conclui Diniz.